Perdi a conta de quantas vezes culpei meus pais, e pensei que ser amado demais tinha se tornado um sufoco, dificuldade de respiração mesmo, quantas vezes quis seguir o rumo oposto, bater o pé, contrariar só pra poder mostrar que tinha razão e que não precisava de tantos conselhos, muito menos de alguém me dizer o que deveria ou não fazer.
Tinha muito. Valorizava pouco.
Mais do que um retrato eu tenho uma família de verdade, e quase nunca agradeço.
Ela lá, forte, sempre me protegendo, querendo por no colo para eu não me machucar...
Sempre fui cercado de cuidados excessivos. Acho que por isso eu quis tanto experimentar as coisas ao avesso.
Ela me olha como se eu fosse uma jóia, mesmo quando me mostro em pedaços. E sempre preenche o vazio, ela tem amor, amor incondicional. Amor infinito. O amor da minha mãe tem formas, se encaixam em cada buraco dentro de mim. Nunca me deixa vazio. Diz coisas que qualquer um poderia dizer, mas que só tocariam com a voz dela.
Tenho uma mãe que me carregaria por mais 9 meses se fosse preciso.
Minha mãe me emociona até quando briga comigo. É muito amor!
Quem sabe um dia eu seja capaz de entender e aceitar tanto amor e retribuir o que recebi de alguma maneira.
Eu confio no bom senso da minha mãe. Ela não investe no que não vale à pena. Enquanto não uso a minha crítica, empresto a de quem é mais coerente que eu.
Obrigado mãe...
Por me buscar tantas vezes, sem nem mesmo ser preciso
por enxergar o meu valor, mesmo quando eu juro que não tenho
por pagar pela minha sanidade
por ter me resgatado do “inferno” (Seol)
por saber quando eu falo sério
por querer me proteger do mundo
por acreditar em mim e...
por me fazer acreditar !!!
por ter estado comigo nos momentos mais difíceis
por ter imposto o respeito quando eu perdi o meu
por me oferecer uma casa, uma família e muitas chances de ser alguém
por se revelar alguém de carne e osso.
O meu amor também é patológico. Amo com tanta força, que adoeço só com a ameaça de separação.
Obrigado Mãe.
Pela primeira vez um esboço de um sincero agradecimento.
Amo você.
Ossan Mohamed Mazlon
